.A discussão entre Sá Pinto e Liedson foi uma gota de água num oceano de problemas no Sporting. Uma gota grande, claro, mas que precipitou o transbordar de um copo a encher. O terramoto em Alvalade não causou tantas baixas como em Novembro mas percebe-se que as razões para os dois abalos têm pontos de contacto. E não foram irradicadas.
Luís Duque, presidente da SAD no período em que os leões quebraram o jejum de 18 anos sem títulos, admite que lidou com situações semelhantes enquanto assumiu o futebol. Com uma diferença: era tudo resolvido internamente. “Nunca ninguém soube de incidentes que se passaram no balneário do Sporting mas a verdade é que eles aconteceram. Não são desejáveis mas parecem-me compreensíveis: os atletas estão sempre sujeitos a uma pressão enorme e às vezes zangam-se, discutem, chegam a exceder-se. Mas o grande problema é quando isso se torna público – enquanto for resolvido em casa, há pedidos de desculpa, arrependimentos, recuos, etc. Saindo para a imprensa, os conflitos que poderiam ser resolvidos transformam-se em problemas sem solução”, diz ao i.
Qual é, então, o problema do Sporting? “Faltam liderança e competência. O clube é altamente profissionalizado para que estas situações não aconteçam. Neste caso específico, tinha de estar alguém responsável no balneário e não estava. Com isso, perdeu-se um director para o futebol, vai haver consequências para o atleta, o comportamento da equipa, que estava a crescer, pode ser lesado e, no meio disto tudo, o actual treinador também não é reconhecido propriamente por ser um líder.”, diz Duque, amigo pessoal do antigo director do futebol. “Já todos conhecem a forma de estar, o entusiasmo e o sportinguismo do Sá Pinto. Admito mesmo que isso às vezes pode levar a alguns excessos. E todos conhecemos a grande categoria do Liedson, um excelente jogador. Agora, ele é pago pelo Sporting. Liedson é uma espécie de mercenário do futebol, que nunca vai pôr os interesses do clube acima dos pessoais. Todos os jogadores têm de agradecer aos adeptos antes, durante e depois dos jogos. E quem não o faz? Deve ser uma situação resolvida internamente. Estes casos acontecem em todos os clubes. Mas com uma diferença – quanto melhor for gerida, mais acima irá acabar esse conjunto na classificação.”Luís Duque deixa ainda um desejo: “Que a liderança que não apareceu e deixou atear este fogo consiga agora apagar tudo. Porque estávamos numa altura em que os rivais mais directos aparentavam dificuldades e o Sporting conseguia somar vitórias. Repito: o que aconteceu não ajuda, mas o facto de ser público pode ainda trazer danos irreparáveis.”
Por fim, o antigo presidente da SAD fala do investimento em Janeiro, ao contrário do Verão. “Fico contente que exista dinheiro para investir. Sempre achei que o problema nunca foi a qualidade do plantel e isso está agora a ser provado. Não me parece é que, a 12 pontos do líder, seja altura para investir tanto, a não ser que sejam contratações numa perspectiva futura. Acima de tudo, isto mostra os erros feitos no início da época”.
sábado, janeiro 23, 2010
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